Rock N Rio..

Como todos sabem, por todo o marketing que foi se formando e se fazendo necessário através dos anos, o Rock in Rio acontece no final do mês e perdura-se até início de outubro, recebendo atrações que vão de System Of A Down até Katy Perry.

Eu não passava nem de um projeto de vida quando a ideia de fazer um projeto de tal magnitude surgiu, isso lá pelo início dos anos 80, tudo o que sei foi achado em sites e em relatos de pessoas que viveram esses tempos.
Um pouco de história: O primeiro Rock in Rio apareceu para o mundo em 1985, no Rio de Janeiro, em uma área de Jacarepaguá que foi reconhecida como a primeira "Cidade do Rock", que viria a ser demolida logo depois do evento, por ordens governamentais.

O primeiro evento contou com lendas que, apesar de tudo, não tiveram seus nomes apagados pelo tempo e que ainda são figuras populares entre a nova geração de rockeiros. Quem aqui nunca ouviu falar em AC/DC, Iron Maiden ou Queen?

O evento também recebeu outras atrações já não tão popularizadas, mas ainda assim, lendas de toda uma geração. Pergunte para uma galera mais nova se reconhecem o nome "Rod Stewart", por exemplo. Garanto que uma grande minoria saberia que ainda estamos dissertando sobre Rock and Roll.

Enfim, falar de toda a história desse evento seria cansativo e não faria sentido nenhum, uma vez que qualquer um que está lendo esse texto pode fazer uma visita ao Wikipédia e ler, reler e assimilar todos os fatos que forem necessários para saber de tudo o que rolou do primeiro ao último evento.

O grande ponto de discussão pode ser resumido em uma pergunta: "Como um evento que carrega ROCK no nome pode receber SHAKIRA em seu palco principal?" A crítica é válida.

Mantendo a postura do "politicamente correto", há de se reconhecer que existem muitos fãs de Shakira espalhados pelo Brasil e pelo mundo. Não há nada de errado com isso. Mas é que em um primeiro momento, quando se pensa em Rock, convenhamos que Shakira, Elton John e Claudia Leitte não são os primeiros nomes em que pensamos.

Bom, é um tanto quanto complicado achar respostas para isso. Mas vamos imaginar (só imaginar) que exista um mundo completamente monetizado. Tudo o que se faz nesse mundo é reflexo do objetivo de obter lucro. O que vier por consequência será bem aceito, obviamente. Tudo bem, isso é apenas uma ilustração, todos nós sabemos que nosso pequeno planeta azul não tem nada a ver com o que rola nesse outro mundo fictício, não é? Enfim...

Usarei um exemplo um tanto quanto bizarro, mas no momento é o único que me vem em mente: O que é mais fácil? Ganhar duzentos reais em uma barraca que só vende laranjas ou ganhar a mesma quantia em uma barraca que vende diversas especiarias?

É mais ou menos assim que funcionam as coisas. Isso é real.

Se você procurar, verá que todas as atrações fazem um considerável sucesso nos diversos meios em que atuam, fazendo com que atinjam uma grande variedade de público. Isso é muito bem camuflado pela boa política de convivermos com as nossas diferenças, nesse caso, o gosto musical.

Não estou criticando isso, pelo contrário. Acredito que isso seja muito importante, e de fato é, mas seria loucura (ou muita boa fé) acreditar que um evento de tal magnitude e que movimenta cifras milionárias por trás de diversos acordos, seja criado em prol de uma filosofia tão nobre.

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