Claro que não é algo muito racional. E claro que a maioria dos artistas que fazem isso geralmente estão em frenesi, muitasvezes agindo sob impulso de drogas, álcool, estimulantes, etc. Claro que é um risco pra quem está assistindo ao show ali nabeirada do palco. E por fim, é claro que dá uma tremenda dó ver um instrumento lindo ser impiedosamente destroçado.
E esses motivos pra não gostar dessa prática estão cobertos de razão.
Mas uma coisa que eu acredito que antigamente fazia mais sentido pras pessoa se que hoje em dia me parece que foi um pouco esquecido – e é bem prováveltambém que eu esteja sendo injusto – é que música, de uma maneira geral, é arte.Arte do momento, pra ser vivida e presenciada. E o rock, em especial, é o ritmo queoferece a experiência mais radical nesse sentido. Cada moleque de 15 anos que játeve vontade de quebrar tudo deve concordar comigo.
Mas não se trata de destruição apenas pelo prazer instintivo. O rock tem – mastambém não é apenas – selvageria sem sentido. A questão é que toda a arteenvolvida numa apresentação como a que se vê no vídeo acima não é só a damúsica. Há toda a performance, a atitude, a energia que envolve todos os queestavam ali, naquela época, frente a frente um verdadeiro deus. A guitarra,como instrumento não só musical mas também de transformação, cumpre o seupapel nas mãos do artista e proporcionaaquele momento, aquela situação. Depoisdisso, ela precisa ser destruída, para que aquele show se torne único. E sorte dequem pôde estar lá para ver ao vivo.
Até poderão haver outros shows, e pode até ser que o artista em questão se apresente melhor, mas não haverá outrasperformances com aquela guitarra, com aquele estado de espírito.
Até poderão haver outros shows, e pode até ser que o artista em questão se apresente melhor, mas não haverá outrasperformances com aquela guitarra, com aquele estado de espírito.
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